quinta-feira, 21 de abril de 2011

Criança grande...

Estava eu em uma banca na Av. Paulista.
Passa uma mulher e grita, com o filho:

Mãe: Você veio, agora você vai!

Ela realmente estava gritando.
De início, achei cômico.
Resolvi, então, segui-los.

Pouco mais a frente, os ouço.

Mãe: Eu vou entrar lá! Lá na sua sala! E você, trate de rezar! Reza pra que todos os teus amigos estejam lá!
Filho: ...

Atravessamos a rua, não consegui ouvir muito bem essa parte da "conversa", porque a mulher passou a falar mais baixo. Acho que ela percebeu que tinha alguém prestando atenção.
No próximo quarteirão, farol verde.

Mãe: Vamos! Corre! Senão o farol vai fechar e a gente não vai passar!

Quando olho para trás, a mulher estava puxando o filho pelo braço. Todos que estavam em volta olhavam. O guri quase caiu no meio da rua.

Mãe: Onde já se viu isso? E o pior é que vou ter que ligar pro teu pai! Mas é assim mesmo. Você não tem amigos, essa é a verdade. Você não tem amigos. Você é esquisito!

E ela foi, puxando os filhos aos trancos e barrancos, até o metrô.
O guri, quieto o tempo todo.

Detalhe: ele não era uma criança. Tinha lá seus quase 20 anos.

Tive vontade de interromper. Tive vontade de falar para aquela mãe que, definitivamente, aquela não era a melhor maneira de educar o filho, que foi humilhado em plena Av. Paulista em horário de pico.
No entanto, depois me lembrei de que sou apenas uma observadora. Apenas uma observadora.

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