Estava eu em uma banca na Av. Paulista.
Passa uma mulher e grita, com o filho:
Mãe: Você veio, agora você vai!
Ela realmente estava gritando.
De início, achei cômico.
Resolvi, então, segui-los.
Pouco mais a frente, os ouço.
Mãe: Eu vou entrar lá! Lá na sua sala! E você, trate de rezar! Reza pra que todos os teus amigos estejam lá!
Filho: ...
Atravessamos a rua, não consegui ouvir muito bem essa parte da "conversa", porque a mulher passou a falar mais baixo. Acho que ela percebeu que tinha alguém prestando atenção.
No próximo quarteirão, farol verde.
Mãe: Vamos! Corre! Senão o farol vai fechar e a gente não vai passar!
Quando olho para trás, a mulher estava puxando o filho pelo braço. Todos que estavam em volta olhavam. O guri quase caiu no meio da rua.
Mãe: Onde já se viu isso? E o pior é que vou ter que ligar pro teu pai! Mas é assim mesmo. Você não tem amigos, essa é a verdade. Você não tem amigos. Você é esquisito!
E ela foi, puxando os filhos aos trancos e barrancos, até o metrô.
O guri, quieto o tempo todo.
Detalhe: ele não era uma criança. Tinha lá seus quase 20 anos.
Tive vontade de interromper. Tive vontade de falar para aquela mãe que, definitivamente, aquela não era a melhor maneira de educar o filho, que foi humilhado em plena Av. Paulista em horário de pico.
No entanto, depois me lembrei de que sou apenas uma observadora. Apenas uma observadora.
Foda!
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